Moldura da vida
De Diamantina
E eu lá naquele festival de inverno sem frio
Num imenso céu
Apagaram-se as estrelas
Lua quase cheia
Quase haicais descobertos na trilha que teve Alice Ruiz como guia. Despertou curiosidade e interesse, ela que sabe dos pequenos versos, da grande poesia da vida.
Para terras mineiras ela veio de Curitiba. De São Paulo veio o poeta Antônio Cícero junto com os parceiros Ná Ozzetti (voz) e André Mehmari (piano), dentre outros de outros cantos do Brasil. A poesia e a canção paulista reunidas no Festival de Inverno da UFMG fortaleceram laços já existentes entre a terra do pão de queijo e a terra da garoa.
Este ano faltou apenas o inverno. Era a mesma Diamantina, invadida por mineiros, brasileiros, estrangeiros, subindo e descendo ladeira, participando da intensa programação do 39º Festival de Inverno da UFMG.
Na pauta dos “Territórios Híbridos – Linguagens Contemporâneas” o formato clássico de oficinas, mostras e eventos se repetiu sem cansar, com inovações no conceito do festival e também na lista de convidados para a programação.
Para quem passou apenas três dias na cidade, curtos e intensos dias, como a oficina de Haicai ministrada pela poeta Alice Ruiz, o olhar não foi tão longe, mas foi pra dentro, cabendo a síntese no show de André Mehmari e Ná Ozzetti .
Ele ao piano, ela toda voz. Caminhos interdependentes que surpreendem pela coesão. Ele recorta e cola melodias diversas, numa velocidade estonteante. Ela recria tudo e torna inédito o que antes se conhecia. Esse foi mais um show do trabalho Piano de Voz – André Mehmari e Ná Ozzetti registrado em CD e mais recentemente em DVD.
Nada se repetiu, nem mesmo o repertório refeito nos arranjos dos artistas e com algumas novas pérolas incluídas. Dentre essas, inevitável citar a inclusão da canção “Clube da Esquina 1” seguida da também mineira “Os povos” que arrancou aplausos infinitos do público e revelou uma intensidade artística que as palavras não alcançam.
A mistura “café com leite” - que fez história na república de um Brasil quase moderno – além de uma (deliciosa!) opção gastronômica, está se definindo também como uma parceria definitiva entre a música de Minas e Sampa. Odes, citações e composições conjuntas registradas em canções de artistas como Kristoff Silva e o seu novíssimo disco “Em pé no porto" e outros mineiros estão aí pra confirmar o dito.
Agora, há de se esperar os desdobramentos resultantes desse Festival. A nova geração da música mineira marcou presença nas oficinas, com destaque para Rafael Martini, João Antunes, Rafael Macedo e Antônio Loureiro, dentre outros que participaram da oficina de André Mehmari. Outros laços foram estreitados na oficina de Ná Ozzetti, “A voz como instrumento de expressão” com a participação das cantoras Leonora Weissmann, Ana Hadad e Leopoldina, que registrou o momento no seu blog Mundo Música S/A. Clica lá pra saber como foi e então aguardar o que virá.
6 comentários:
Me deu vontade de estar lá!
vamos ver então...
Então quer dizer que você agora é adepta e entusiasta do requentado termo interdependente? Não tô te entendendo! Ou melhor, talvez esteja entendendo tudo...
que bom ter notícias desse evento tão especial. aposto que tem mais no bloquinho. pode pôr na roda. um beijo.
Nao vai rolar bh dessa vez, uma pena, mas será muito bacana rodar o interiorzão das minas gerais e contribuir com o processo de debate das politicas publicas para a cultura de cada uma destas cidades. Abraços a todos vocês PDMISTAS!:)
láléli-que-coisa-linda!
nem nunca tinha lido
vem vê titane que escrevi no meu
escreve aqui também
sera tamem
amem
bjs
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