14.5.08

VIRADA À PAULISTA


São São Paulo pelas ruas do seu centro histórico, entre o cruzamento da Avenida Ipiranga e a Avenida São João, pelos arredores do Vale do Anhangabaú, em diversas regiões e com pólos descentralizados realizou mais uma edição do seu “carnaval temporão”.

Evento bem urbano, de alto nível, a Virada Cultural rola no ritmo e na freqüência dessa cidade ligada 24 horas por dia. Para além do trabalho diário, uma oportunidade de acesso à produção artística nacional, noite e dia com uma programação repleta de bambas, se revezando em palcos abertos para o rock, o indie, o hip hop, o samba, as meninas, a dança, o teatro, o circo...

Para tanto uma boa infra-estrutura, pontualidade entre as atrações e destaque para diversidade artística brasileira e sua interface com o mundo. O público aderiu à proposta e mais de quatro milhões de pessoas participaram do evento, número superior à população de Belo Horizonte (!).

Opções variadas. A todo minuto acontece um show, uma intervenção, um evento artístico no centro da cidade e em todos outros lugares que incrementaram sua programação para fazer acontecer a Virada.

Fernanda Takai e Gal Costa entraram no roteiro de shows. Elas foram responsáveis por muitos cantos coletivos, mãos erguidas e a nostalgia de um “barquinho que vai”, em incrível versão em japonês pela Takai, reforçada por um “Chega de saudade” na leveza serena de Gal. Esses shows simbolizaram a fertilidade e permanência da música brasileira mundialmente consolidada com a bossa nova e a tropicália.

Marina de la Riva, hermosa chica, esbanjou charme com um repertório de hinos caribenhos e clássicos brasileiros. Ela mesma elo entre Brasil e Cuba, faz parte do time mais forte das cantoras da nova geração. Desse ritmo pra cima, no pique coletivo de criação, Orquestra Imperial, divertindo (se)! Bem arranjados, vários músicos e artistas cariocas se juntaram e criaram um espetáculo musical que foi uma alegria só.

Nesta concreta cidade, concentrado de brasilidade, também teve Tom Zé, na modernista Casa das Rosas, onde ele tocou as melhores, soltou o verbo e o ritmo. Confessou cantando que “Augusta, Angélica e Consolação” é uma de suas grandes criações. Ô se é! Como é grande Arnaldo Antunes e a canção, o "corpo a corpo com a linguagem", puro sentimento e expressão. Ele reinou no palco rock diante de uma multidão de perder de vista. Vencidas as 24 horas, a carruagem de volta pra casa e pra rotina com certeza estava um tanto mais inspirada.

Breve imersão na diversidade paulistana, esse evento foi praticamente um “boas-vindas!” à terra da garoa. Bem na Virada, palavra que sempre vem surgindo repentina, foi dada a largada à temporada de estudos na Universidade de São Paulo. Como serão muitas as idas e vindas, por aqui Virada à Paulista virou um dos “marcos” do blog. Umas histórias virão sobre a terra de lá, em homenagem à “neomineira”, contadora de causos Jujulita, parceira de caminhos afins que tempera um Tutu Mineiro bom de ler e de dialogar. Sobre os estudos, confira alguns registros do processo no marco “Reflexão prática”.

foto alimdul

3 comentários:

Luiz Antônio Navarro disse...

nossa, que batizado paulista, hein? uma virada nos seus horizontes. e que sejam belos! boa sorte!

Júlia Tavares disse...

Eita, esta diversidades de olhares estrangeiros registrados em posts promete ser mesmo fértil! Um beijo grande....

ca disse...

muito Legal iniciativa!!
a foto tá linda tb
muito muito
:*caa