Na manhã de quarta-feira o acaso me trouxe de presente o disco “Moira”, estréia da cantora Maísa Moura que lançaria seu primeiro CD na noite deste mesmo dia. Oportunidade para uma audição prévia que é sempre interessante, assim como assistir a um show estando aberta à novidade é uma experiência única.
Mas o tempo não dava tempo e o disco ali ao alcance dos olhos, investigado sem poder soar gerou uma expectativa pela simplicidade aparente, seguida de uma emoção pelos versos e pelo conceito do disco que se definia nos bordados do encarte. A primeira audição logo confirmou a intensidade deste trabalho permeado de critério, densidade e esmero.
O repertório do disco de estréia de Maísa Moura é elaborado, com Zé Miguel Wisnik (!), Chico Saraiva, Renato Negrão, Makely Ka, Eleomar e Tom Zé. São canções que sugerem caminhos inesperados e Maísa chega a todos e vai além com técnica apurada e larga extensão vocal. Os arranjos são de Avelar Jr., Guilherme Castro e Vladimir Cerqueira para uma formação com baixo, violões, violoncelo, sanfona e percussão com Fred Malverde, Sarah Assis e Léo Dias.
”Moira” convida o ouvinte a um universo de profundidade e sensibilidade.
Ousada, mas sem pretensão e por isso precisa e certeira Maísa Moura desponta na cena mineira com autenticidade e um potencial de grandes realizações. Suas pesquisas resultaram em um disco requintado, que nos transporta para um ambiente camerístico - ou ‘Roseano’ como pontuou Titane – em todos os casos bem expressivo.
É um disco para ser apreciado com o mesmo cuidado e dedicação com que foi feito. Trilha sonora para todos os dias descobrir um novo toque, um outro timbre ou um verso arrebatador. Vai permanecer por tempos bons na minha lista.
Para quem quiser ouvir, as faixas estão disponíveis para download junto com o encarte e as letras. Por aqui fico deixando um trecho da letra da canção “Casa de Areia” feita por Makely especialmente para sua parceira.
“sol aceso em mil faróis
na cambraia de lençóis
nem valentes nem heróis
somos dois somente mais a sós
ouço o vento e soa sua voz
muda lento em volta tudo atroz
passa o tempo e não passamos nós
noite adentro escorre pela foz”
arte gráfica de Gisele Moura + foto divulgação
5 comentários:
Li um texto sobre o CD, do Makely e, confesso, já me deu vontade de tê-lo em minha coleção de CDs. Agora que sei que você o tem (e já devidamente apreciado) quero saber como faz. Como faz? eu quero, eu quero e eu quero!!!
Pode passar o(s) endereço(s) onde posso conseguir.
Beijos, LUD(íca)
meu caro querido, tá fácil...
vai lá no myspace.com/maisamoura e baixa as lindas canções,
ou ouve por lá mes..
bss
Pra não perder o costume, é a melhor crítica que o disco teve até agora! Já pensou em ganhar a vida com isso?
Beijos Lud
Fui na dica e gostei dimaisdaconta...
Brigadim,
Analu
Eu só sei que os leitores iam ganhar demais, Makely!
Como a gente carece de críticos assim: sensíveis, criteriosos, abertos e que escrevem bem. Salva aí, Lud?
Um beijão! lul (e que ainda fazem palíndromos ;)
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