Largas ruas ligam a metrópole. Avenidas imensas se transformam em corredores de alta velocidade por onde os monumentos são rapidamente avistados aguçando histórias com o taxista.
- Em São Paulo existem muitos cemitérios no meio da cidade.
- “Moro ao lado do maior da América Latina, que fica em Vila Formosa”
O “Formosa” soa tímido, quase inaudível.
- Fica para os lados de Aricanduva, na Zona Leste. Ele completa.
Das grandes regiões de São Paulo, essa talvez seja a maior. O metrô pra lá diz ser o mais lotado. O palpite acabou sendo que o tamanho de Belo Horizonte inteira devia corresponder a toda a Zona Leste paulista.
Mais adiante, o casamento na clássica igreja puxa o papo para o refúgio histórico num lugar de representativa arquitetura. O que mais chama a atenção é o nome da Igreja, que o taxista desconhecia.
- Nossa Senhora do Brasil. Disse “toda entendida”.
Tantas idas já deu pra descobrir as belezas paulistas reveladas da Avenida Henrique Schaumann, que vira Brasil e passa pelo Ibirapuera onde são incontidas as lembranças de caminhadas no parque, visita aos museus, especialmente ao Museu Afro Brasil que guarda histórias dos nossos ancestrais.
Foi dizer isso para o taxista que ele confessou menos timidamente que sua mulher é negra, revelando-se interessado em confirmar a emoção gerada pela nossa inevitável identificação no Museu Afro Brasil com cores, cantos, gestos, roupas e hábitos vindos da África e outros já existentes no Brasil pré-colonial que nos dão a aconchegante percepção de berço – história – nação.
Uma troca simples que emocionou pela espontaneidade. Ele disse que com certeza iria a este Museu com os filhos e a mulher que ele garante, já foi ao parque. O convite talvez tenha sido estendido também aos colegas taxistas que ele encontrou ali no Aeroporto de Congonhas, onde peguei mais uma vez o vôo 1266.
Cena Carioca - obra de Heitor de Prazeres - acervo do Museu AfroBrasil
Um comentário:
hello!
seu e-mail mudou?
bjs,
marcelle
Postar um comentário