O Eletronika – Festival de Novas Tendências Musicais, chegou à sua sétima edição em 2008 celebrando o Centenário da Imigração Japonesa. A escolha dos artistas, as ações paralelas aos shows e toda a identidade visual do Festival levaram em conta o diálogo intercultural entre Brasil e Japão, sem perder de vista a busca pelas novas tendências em todo o mundo.
A programação foi marcada pelo ineditismo e pela diversidade de atrações, sendo que o festival reuniu shows musicais, festas, mostra de cinema e debates, conquistando com isso um público amplo e diversificado, que variava de acordo com o perfil das atrações.
A noite de estréia do Eletronika apresentou uma artista mineira de peso no cenário nacional e contou com presença de grande público. Fernanda Takai, vocalista da banda Pato Fu tem conquistado adeptos diferentes com seu disco solo “Por onde brilhem os olhos seus”. Ao regravar Nara Leão a cantora conseguiu reunir na platéia diferentes gerações.
Mas seu show causou grande impacto mesmo pela presença da cantora convidada Maki Nomiya, da banda Pizzicato Five. Ícone da música pop japonesa, Nomiya cantou a canção “O barquinho”, em japonês com Fernanda Takai que por sua vez a acompanhou na divertida Twiggy Twiggy, com refrões e coreografia e também na música Sweet Soul Revue, ambas hits do Pizzicato Five, banda da qual Nomiya foi integrante. A presença de Nomiya chamou a atenção da mídia nacional para o festival, rendendo matérias no Caderno 2 d’O Globo e extrapolando as pautas de cultura, chegando à sessão de moda do site da Abril, dentre outras.
Em noite de estréia do Freak Show em BH, a rainha-freak-mor estava no palco do Eletronika.
Sen-sa-cio-nal!
Sen-sa-cio-nal!
O fluxo de pessoas reduziu bastante no segundo dia do festival. A isso pode-se atribuir duas coisas, dentre outras, que estão interligadas: o perfil das atrações e o preço dos ingressos. Esses dois fatores associados podem ter causado uma baixa no público que gerou a indagação do músico Curumin, no acender das luzes: “Boa noite BH! Cadê BH?”.
Curumim e Instituto são grandes artistas da música alternativa brasileira, representantes do groove, dub, hip hop e rock brasileiro. Ambos do estado de São Paulo vêm desenvolvendo uma experimentação sonora com ritmos brasileiros e eletrônicos. No circuito alternativo, estes artistas têm um público cativo, mas que não marcou presença em peso no show, sendo provável que uma das razões seja o valor do ingresso (50,00 inteira e 25,00 meia - atrações do Grande Teatro e 20,00 inteira e 10,00 meia – show Sala João Ceschiatti) que restringiu o acesso ao público jovem em geral. Em nenhuma noite do festival houve lotação completa do espaço.
No que tange ao acesso à diversidade e bens artísticos, porém, o Eletronika inovou, trazendo referências mundiais, como a cantora e compositora japonesa Maki Nomiya e a banda indie nova-iorquina Asobi Seksu, atrações que, não fosse o Festival, provavelmente não chegariam a Belo Horizonte.
A presença do público foi maior nas noites com atrações mais pop, que estão na grande mídia e nos principais sites da internet, como Fernanda Takai e o fenômeno teen Mallu Magalhães, que se apresentou no sábado, quando também tocaram Hurtmold, com participação do músico Paulo Santos, do grupo Uakti (!), de Belo Horizonte, e a banda Asobi Seksu. Nesta noite o Festival Eletronika recebeu o seu maior público.
O Eletronika gerou uma ocupação diferenciada do Palácio das Artes, principal centro cultural da cidade de Belo Horizonte, com Grande Teatro, cinema, galerias e teatro para públicos menores. Abrigando um evento totalmente diferente dos padrões tradicionais, a agitação alternativa gerada pelo Eletronika no Palácio das Artes confirmou a versatilidade deste centro cultural que tem uma estrutura adequada para eventos de variados portes e para abrigar diversas expressões artísticas.
Bom por um lado, questionável por outro. Músicas pop, pouco elaboradas harmonicamente e que geralmente são dançantes, em alguns momentos destoaram do ambiente formal do teatro e suas cadeiras fixas. Em compensação, foi única a possibilidade de transitar entre os espaços, sair do show com liberdade para tomar uma cervejinha em um ambiente lounge e retornar quando quiser.
Além do espaço do Grande Teatro, a sala João Ceschiatti foi palco de seis outros shows, que aconteceram na sexta-feira e no sábado em horário anterior às atrações principais. Se apresentaram as bandas Guizado, Pop Armada e M. Takara, de São Paulo, PexbaA e Monno de Minas Gerais e Macaco Bong, do Mato Grosso.
O Festival Imagem dos Povos 2008 – Mostra Internacional Audiovisual veio fortalecer a temática do evento, com a exibição de filmes e debates gratuitos em torno da temática “Japão, Amazônia, Minas Gerais”. Para quem não freqüenta os sempre badalados redutos da música eletrônica e independente da cidade, o Festival Eletronika foi uma boa opção para ver um pouco de tudo e especialmente para se surpreender com a produção musical nipônica.
trechos da análise elaborada para a disciplina de 'organização de eventos' do curso de pós-gradução em gestão cultural da USP, sobre o eletronika - festival de novas tendências musicais, que aconteceu em belo horizonte entre os dias 25 e 27 de setembro em BH. adaptado de lá pra cá
6 comentários:
poxa, realmente o preço foi um obstáculo. uma pena perder fernanda takai com a japonesinha maluca do pizzicato five e instituto curumim... mas o vídeo do youtube pelo menos dá um gostinho do que deve ter sido!
legal o videozinho, hein. a japinha toda elegante e a fernanda meio desengonçada.gostei demais!
desengonçadona e meia!
divertidíssimo...
hihihihahaha!
loise langa, pois é, resta é cantarolar né? como disse makely na canção dos talentosos qUEBRApEDRA, "pra cantar não paga nada"! :P
bss
lud...tá difícil, hein, nega?
naquele dia eu já tava mais pra lá que pra cá quando vc ligou e fui chegar no exquisito umas onze da noite..aí olhei no celular e vi que vc tinha me ligado às seis e meia!! fuso horário de bêbado é triste. mas sou brasileira e não desisto nunca. te espero pra próxima! bjos
a gente se acha mariá!
besos
opa. eu acho uma chatice tremenda as pessoas não irem ao show do instituto/curumim.
e mais chato ainda que eu não fui!
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